A regressão à média é uma hipótese de que o resultado futuro será igual ao resultado médio passado. Usemos o exemplo de uma rede de lojas que possui nove unidades e que no ano de 2000 faturaram 90.000.000, variando entre 8.000.000 a 12.000.000 cada loja. Há uma previsão de que 10% de aumento no faturamento total em 2002 seria uma boa estimativa passando então para 99.000.000 em faturamento total. Seria simples acrescentar a cada valor vendido individualmente em cada loja 10% e assim resolver o problema da estimativa, como por exemplo, a loja que vendeu 12.000.000 venderá 13.200.000, a que vendeu 8.000.000 venderá 8.800.000 e assim sucessivamente. Entretanto esta abordagem é falha. Devemos fazer a análise chamada correlação que vai desde a total independência (as vendas de 2000 não prevê as de 2002) até a perfeita correlação (as vendas de 2000 prevêem perfeitamente as vendas de 2002). A média do faturamento das nove lojas é de 11.000.000, logo a melhor previsão está entre 11.000.000 e 13.200.000 para a loja 1. Logo, devemos esperar que a estimativa ingênua de 13.200.000 regrida em direção à média geral de 11.000.000. Acredita-se que embora o conceito de regressão à média seja estatisticamente válido é contra-intuitivo. É então sugerido a heurística da representatividade que é responsável por esse viés sistemático do julgamento. Existe também a ignorância em relação aos casos extremos e menos extremos: quando uma situação acontece de forma muito favorável, imaginamos que não aconteça novamente, descartando as possibilidades. Isso não acontece muito nos casos menos extremos. Quando administradores ignoram a regressão média, seja por resultados não alcançados, justificam-se em desculpas e erroneamente poderão fazer falsas premissas em planos futuros, ocorrendo um looping do julgamento falho. Os indivíduos tendem a ignorar o fato de que eventos extremos tendem a regredir à média nas tentativas subseqüentes.
A falácia da conjunção é um erro de julgamento, comumente observado em situações de tomada de decisão, no qual a conjunção de dois eventos é avaliada como mais provável de ocorrer do que o menos provável de seus eventos constituintes. Na heurística da representatividade segundo a qual a pessoa faz julgamentos conforme o grau com que uma descrição específica corresponde a uma categoria mais ampla em suas mentes. Embora esta heurística preveja com exatidão como os indivíduos reagirão, ela também leva a uma distorção comum, sistemática, do julgamento humano – a falácia da conjunção. Como observamos no exemplo do viés 8 uma das mais simples e fundamentais leis da probabilidade é que um subconjunto, por exemplo, (ser uma caixa de banco e uma feminista) não pode ser mais provável do que um conjunto maior que inclua completamente o subconjunto, por exemplo, (ser uma caixa de banco). Uma simples análise estatística demonstra que uma conjunção (uma combinação de dois ou mais descritores) não pode ser mais provável do que um dos seus descritores. Os indivíduos julgam erradamente que as conjunções (dois eventos que ocorrem em conjunto) são mais prováveis do que um conjunto mais global de ocorrências do qual a conjunção é um subconjunto. Os cinco vieses da heurística da representatividade são: insensibilidade a índices básicos, insensibilidade ao tamanho da amostra, má interpretação da chance, regressão à média e falácia da conjunção. Todos eles ilustram as irracionalidades sistemáticas que podem ocorrer em nosso julgamento.
BAZERMAN, Max H. Processo decisório: para cursos de administração e economia. Trad. Arlete Simille Marques. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. |
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