terça-feira, 14 de setembro de 2010

Marina Silva: um exemplo de coragem, garra e determinação

Estamos às vésperas de mais uma eleição presidencial. Estamos assistindo, o que quase não se discute, já que as disparidades de preferência a determinada candidata do PT não dá nem motivação para se gerar embates com as propostas ou ideologias dos candidatos. Não me bastasse deixar meu irmão no aeroporto, em primeiro de setembro, ao entrar na livraria me esbarrei com o livro da Marina, que com aquele olhar honesto para mim, cativou-me a ler sua história. Com muito entusiasmo li o livro em sete dias, e o entusiasmo crescia a cada página que virava.
Li esta grandiosa biografia que retrata a vida de uma guerreira, de uma mulher que fez história e que continua fazendo. Somente votar nela seria muito simplista, somente garantir-lhe mais um voto no dia três de outubro não me satisfaz. Embora já tenha conquistado outros votos para ela depois que comecei a dividir a história com outras pessoas de minha família, sinto-me convocada a escrever um resumo da trajetória desta mulher que por si só, já é história. E, pra não ficar só entre meus parentes, resolvi então divulgar na internet com o intuito de que o Brasil e o mundo conheçam esta preparadíssima presidenciável, Marina Silva.
Nascida na floresta amazônica no extremo oeste do Brasil, mais precisamente no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco no Acre, em 8 de fevereiro de 1958, Maria Osmarina da Silva não sabia o que lhe reservava o futuro. Filha do Sr. Pedro Augusto da Silva e da Sra. Maria Augusta, seringueiros daquela região, viviam em condições de extrema pobreza e do infortúnio da Malária. Muitas eram as dificuldades daquela família de 7 irmãos, e muito cedo, órfãos de mãe. Mas em meio à dificuldade, a pequena Osmarina gostava das poesias e dos contos de seus avós e tios, e passava muito tempo ouvindo a sabedoria daqueles que já tinham a experiência da maturidade. E foi já nesta época de tanta escassez e trabalho duro que Marina descobriu a poesia e a arte, aprendendo a confeccionar cestos, balaios e os colares que fabrica e usa até hoje.
Sofrendo fortemente com doenças sem diagnóstico, aos 16 anos, Marina pediu ao Sr. Pedro para morar na cidade, desta forma poderia se tratar e estudar. Após ser vitimada por 5 malárias, desta vez sofria de hepatite. O Sr. Pedro ultrapassou as resistências de algumas pessoas da família e permitiu que a filha se mudasse para a capital.
De coração partido, mas certa de que se não fosse à busca de tratamento morreria. Marina aguarda o ônibus que passava duas vezes por semana para levar os seringueiros para Rio Branco, era setembro de 1975. Com vontade enorme de chorar, mas com receio que fosse acusada de estar fugindo ou sendo expulsa de casa, decidiu engolir o choro para salvaguardar o nome de seu pai, pois naquele coletivo alguém poderia ver a sua tristeza e assim presumir. Naquele trajeto três objetivos preenchiam a mente daquela moça: curar-se das doenças que lhe acometiam, aprender a ler e ir para o convento.   
Hospedou-se na casa de sua tia a Maria Bita. Após alguns dias de sua chegada Marina foi para sua primeira consulta, e o médico não foi muito generoso: “Eh, Maria Bita, só agora você me traz essa daí? Essa daí já está com a alma no inferno há muito tempo”. Gostaria que este médico estivesse vivo até hoje, pra votar em Marina. Mas Marina desde criança aprendeu com sua avó a fé em Deus e dizia consigo mesma: “Ele está dizendo isso, mas Deus não vai deixar acontecer”. Com o remédio receitado e a mudança da dieta Marina foi melhorando aos poucos. O diagnóstico de morte deste médico fora apenas o primeiro de três que receberia em sua vida.
Trabalhou seis meses como empregada doméstica. Inscreveu-se no curso do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) programa de alfabetização para adultos do governo Federal da época. E rapidamente fora alfabetizada e já foi salteando as etapas. Em três meses surpreendentemente Marina já havia concluído o curso primário. Iniciou a primeira série do ginásio em 1976, ano que também entrou no postulado à freira. No ano seguinte inscreveu-se no do supletivo do primeiro grau e foi aprovada em todas as matérias.
Paralelo a vida de Marina na rotina do convento com seus afazeres domésticos, na rega das plantas e jardins, além do estudo acentuado, uma grande revolução acontecia no cenário florestal que Marina havia deixado no seringal. Os governantes vendiam as terras acreanas a preço de banana para que os pecuaristas do sudeste as devastassem e criassem seus rebanhos de gado. Uma destruição em massa acontecia nesse momento da história, centenas de seringueiros eram assassinados a sangue frio, as árvores iam ao chão sem dó, milhares de pessoas foram expulsas e migraram para outras regiões e países vizinhos.
Nesta época Marina lastreava seus primeiros conceitos políticos nos ensinos dos religiosos católicos, por exemplo, o arcebispo Moacyr, que nesse período contribuíra bastante para as lutas em favor da floresta e dos acometidos pela miséria e malária. Começou então a participar dos trabalhos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). E Marina foi moldando sua postura política nas teorias do dom Moacyr, inicialmente, e posteriormente nas de Chico Mendes e os profetas da Teologia da Libertação composta pelos irmãos Clodovis e Leonardo Boff. Neste momento passou a entender melhor o que significava ser comunista.
A participação de Marina num curso sobre fé e política ministrado por Clodovis Boff e por Chico Mendes fizeram-na mudar seu desejo de torna-se freira e percebeu que não tinha vocação para o pacato mundo do convento. Havia látex em suas veias, preferiu entrar na luta sangrenta de defender as árvores da floresta, luta de classes e redemocratização da política brasileira. Sua vontade de mudar o cenário de desigualdade e dor beirava a utopia em 1977 quando decide deixar o convento. E a partir de sua saída do convento envolveu-se ainda mais nas lutas políticas, passando a visitar Xapuri onde Chico Mendes liderava o sindicato, além de participar de diversos movimentos estudantis na faculdade. Em 1979 entra pra um grupo de teatro que serviu de ponte entre o universo religioso e o político-partidário. Neste momento, este grupo combatia a ditadura militar.
Os fundadores do PT no Acre foram Marina e sua turma: Júlia, Abrahim Farhat, Nilson Mourão e João Maia. O Partido dos Trabalhadores nascera forte no Acre contando com o apóio da Igreja Católica através das Comunidades Eclesiais de Base, sindicatos de trabalhadores, um grupo de intelectuais de esquerda e uma turma muito barulhenta de estudantes universitários. 
“Macaca, tu passou! Acorda, Macaca!”. (Apelido que Marina ganhou ao fazer o papel de uma macaca no teatro, e que seus colegas assim a chamavam, carinhosamente). Estas foram as palavras de Alberto Rocha, seu amigo, que viera dar-lhe a excelente notícia de que havia logrado êxito no vestibular da Universidade Federal do Acre, para o curso de História em 1980. No ano seguinte Marina casa-se com seu primeiro marido, o Raimundo, com quem tem dois filhos, a Shalon e o Danilo, relacionamento que durou apenas cinco anos.
Não obstante, a influência de dom Moacyr Grecchi, a trajetória junto ao Chico e os ensinamentos marxistas abriram as fronteiras para Marina atuar incisivamente no interior do Acre numa missão de empates (movimentos que os seringueiros faziam a fim de impedir o corte das árvores) para resistir às ocupações dos latifundiários. Nesses empates, Marina e seus companheiros, abraçavam as arvores para evitar que os pilotos de motosserras as cortassem. Eram verdadeiras guerras de proteção a natureza, isso é encantador! Isso é lindo!!! Abraçar-se com árvores a fim de salvá-las! E muitas pessoas foram mortas nesses atos de protesto, centenas.
Inicia-se oficialmente em 1984 a vida política de Marina quando ela e Chico Mendes fundaram, em Rio Branco, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Estado. Ele era o coordenador e ela, a vice.  E as lutas só aumentavam com a manifestação das Diretas Já, o povo clamava por eleições diretas para Presidência da República.
Em 1986 candidata-se à deputada federal para auxiliar Chico Mendes em sua disputa a deputado estadual, ambos perderam, o partido não conseguiu quociente eleitoral necessário, apesar de ela ter sido a quinta mais votada do Estado. Em 1988 Marina candidata-se a vereadora e ganha as eleições com mais de 2.500 votos, a vereadora proporcionalmente mais votada do país. Sua campanha fora traçada em cima do discurso, da conscientização do povo, mostrando-lhes que a obrigação dos políticos sobrepujava a doação de dentaduras e óculos. Ela fazia suas campanhas nos pontos de ônibus, nas praças, em qualquer lugar onde houvesse aglomerado de pessoas. Seu discurso era tão bom de ouvir que as pessoas perdiam o ônibus para ouvi-la. E assim, o resultado do corpo a corpo fora seu mandato na Câmara Municipal de Vereadores de Rio Branco. A vitória foi amargada por uma posterior derrota: a covarde morte de Chico Mendes, passado um mês após as eleições.
Somente na vigência do mandato de Marina algumas revelações vieram à tona para a população do Acre, como por exemplo, o salário do vereador. Em entrevista uma repórter perguntou a Marina quanto ganhava um vereador. Ela simplesmente pegou o contracheque e pediu para que a própria jornalista somasse a lista de benefícios ali descriminados. Marina autorizou a cópia deste contracheque que fora o marco de uma confusão e em seguida passou a devolver os benefícios não justificados e a fazer campanha pública contra esses benefícios, além de entrar na justiça para que os outros vereadores também devolvessem. Isso causou uma enorme antipatia da maioria dos colegas, enquanto sua popularidade só crescia junto ao povo.
Em sua atuação como vereadora criou estratégias para não haver rejeição da parte dos demais legisladores em aprovar suas idéias. Marina continuou a combater as corrupções da Câmara, publicar assuntos importantes, incentivar a transparência na gestão e a lutar pelos projetos populares. Foi nesse período também que se casou novamente com seu atual esposo o Fábio Vaz e teve sua terceira filha, a Moara. Sua trajetória como vereadora durou pouco, pois na eleição seguinte Marina saiu candidata a deputada estadual, e na oportunidade foi a mais votada do Acre.
Quando eleita deputada, Marina caiu novamente em uma grande crise de saúde que resultou em seu afastamento por muitos meses da Assembléia Legislativa do Estado. Durante esta crise ainda ficou grávida de sua quarta e última filha Mayara. Mas não foi desta vez que os médicos acertaram com seus diagnósticos de morte, e Marina resistiu e retomou suas atividades.
Em 2002 candidatou-se ao senado e venceu surpreendentemente às eleições. Desta vez ao lado do presidente Lula. Tudo era novo para Marina que agora teve de ajuntar as malas e partir para Brasília. Conviver com um cenário totalmente novo e estranho às suas origens. Respeitosamente, a seringueira, a “macaca” negra, magra, mulher, doente chega ao Distrito Federal! Que vitória! Que maravilha!! A mais nova senadora eleita da República Federativa do Brasil, com 37anos, sobe à tribuna para seu discurso de posse. Uma das frases mais bonitas da senadora em seu discurso de posse proveniente de um livro de Anthony Robbins: “(“A boa madeira não cresce em sossego; quanto mais fortes são os ventos, mais resistentes são as árvores”). Aprendi com as árvores resistentes da Amazônia que devemos ter persistência, e que, por mais que não haja sossego, temos de solidificar, com raízes profundas, os ideais em que acreditamos.”
A conversão de Marina ao evangelho do Senhor Jesus Cristo deu-se em Brasília, quando um médico indicou um pastor que fez orações pela saúde de Marina. Após falar com o reverendo André Salles por telefone recebeu uma revelação divina sobre outro assunto que nada tinha haver com a saúde dela e aí brotou nela uma curiosidade, pois aquele homem que não sabia quem ela era, falou coisas profundas demais para ser mentira ou invenção. No dia seguinte marcou um encontro e foi vê-lo pessoalmente, lá oraram e leram a Bíblia juntos e Marina aceitou Jesus como seu único e suficiente salvador, àquele que primeiro lhe curou as feridas da alma. Mas durante as orações, tempos depois, em um culto Deus revelou para a própria Marina o remédio para lhe tratar contra as intoxicações de seu sangue. E ela fez o tratamento e ficou completamente curada. Benção que agradece sobremaneira a Deus. Óbvio, como qualquer bom novo convertido sofreu muitas rejeições e críticas, mas aos poucos a família aceitou e hoje todos são evangélicos também, além de alguns funcionários e companheiros. Isso só Deus faz!
Estrategicamente Luis Inácio Lula da Silva, então presidente eleito, anunciou ao presidente George W. Bush, em visita a Washington, que a ambientalista internacional Marina Silva seria sua nova ministra do Meio Ambiente. Marina fora abordada por repórteres, mas ainda não sabia da notícia oficialmente e preferiu não comentar nada. Tomou posse de seu cargo como ministra do Meio Ambiente muito entusiasmada com a contribuição que daria a preservação das riquezas naturais do Brasil, principalmente na defesa da floresta amazônica. Muitos projetos foram lançados, muito foi feito, mas muitas críticas e perseguições foram feitas também. Já que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não reservara espaço para a conservação do meio ambiente e muito menos tempo para trâmites e adaptações necessárias para tornar os projetos viáveis no que tange a conservação do meio ambiente. Os demais ministérios que tem correlação com o ministério do Meio Ambiente também não colaboraram a contento e Marina começou a perder o ânimo de continuar nesse ambiente conflituoso e embargado.
Marginalizada pelo presidente que ela lutou pra elegê-lo, aquele que fora seu companheiro de lutas por mais de trinta anos. Aquele que defendia o interesse da maioria perdeu o rumo da causa, entregou os pontos, e afogado no poder esqueceu porque começou a lutar. E assim, marginalizada na sua posição de Ministra do Meio Ambiente, Marina entende que seu ministério sucumbiu. A verdade passou a dar espaço à mentira, a luta passou a dar espaço à rendição, a necessidade passou a dar lugar ao interesse, o maior passou a ser mais importante do que o menor, a minoria venceu a maioria. Bonito ato! Renunciou porque não se igualou, porque não se corrompeu, porque não abriu mão da causa! Seu último ato fora tão nobre quanto todos os outros ao longo destes anos todos, parabéns Marina!!! Com sua renúncia quem perdeu foi a Amazônia, os rios, os mares, a fauna, o pantanal, os índios, nossos descendentes; quem perdeu foi o Brasil enquanto nação, quem perdeu foram os brasileiros de coração!
Marina, não pense que foi derrotada. Sua renúncia foi leal. Leal à causa que destes a vida por ela. Leal à causa que Chico Mendes deu a vida por ela. Leal à causa de todos os acreanos que votaram em ti desde 1986. Leal à causa das CEBs. Marina, tens história, não permitistes ser comprada pela causa dos abastados!
É importante salientar que não existe crescimento sustentável quando não há sustentabilidade. Bom, talvez Lula não entenda bem o que quer dizer essa frase. Porque até parece que é tudo igual, mas é diferente. É impossível sermos o Brasil que somos hoje, daqui a 30 anos quando a Amazônia não for mais a mesma, quando os rios não forem mais os mesmos, quando a fauna não for a mais a mesma, quando acabarem, consumirem, devorarem tudo que temos. Iremos recorrer a quem? Sabe-se que a Amazônia é um patrimônio mundial, não é só dos brasileiros, e ai dos governantes que não cuidarem bem dela, pois os países ricos por aí, estão de olho nela. Ela é a menina dos olhos de muita gente por aí, além de uma grande dádiva que Deus nos deu e que não sabemos nem agradecer e nem conservar. É burrice manifesta achar que plantando soja na Amazônia iremos ter vantagem frente a outros países só pra sustentar a ganância de ser o maior exportador de soja do mundo, já que os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar e o Brasil quer tomá-lo. Grande título ser o maior exportador de soja do mundo! É muito melhor dar educação ao povo e dizer assim: Maior exportador de capacidades humanas do mundo, QI, tecnologia da informação, recursos humanos capacitados, isso sim é bonito, isso sim é rico. Pois, commodities é muito fácil de produzir, difícil é produzir gente capacitada, isso sim é sustentabilidade. Vamos parar de ser gananciosos, pois tem países que pagam água a preço de ouro e porque não valorizamos nossos rios, para que no futuro isso não aconteça conosco também? E porque não conservamos nossas riquezas pra um dia podermos vender limitadamente a preço de ouro para o mundo? Estamos diferentes de 500 anos atrás quando só se explorava e explorava nossas riquezas para exportá-las?
O convite surgiu e foi aceito em boa hora. O PT deixou de ser esquerda e passou a ser direita torta. E já não combina mais com os ideais de Marina Silva, a filha da floresta. Em boa hora o Partido Verde (PV) a convidou para ser aquela que defende o VERDE do Brasil. “Tarde vos amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei, é que estáveis dentro em mim, e eu estava fora de mim”. Palavras de Santo Agostinho que Marina usou na cerimônia de posse do Partido Verde. A ruptura, a nova história, o recomeço. BRASIL, URGENTE, MARINA PRESIDENTE!

CESAR, Marília de Camargo. Marina: a vida por uma causa. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

Se quiseres sentir o cheiro da floresta amazônica, se queres atravessar as lutas políticas que o Brasil enfrentou no final do século passado, se queres sofrer com Marina as dificuldades de seu passado, compras este livro e lê. Esta sim é uma biografia enriquecedora de alguém que é simples e grandiosa.
Neste ano vamos fazer diferente, vamos dar uma chance ao verde, não importa se ela não está disparada nas pesquisas, o que importa é nossa consciência de votar naquela que tem história, que acreditamos ser a melhor para o Brasil: Marina Silva 43.

sábado, 11 de setembro de 2010

Poema de Marina Silva


Do arco que empurra a flexa
quero a força que dispara;
da flexa que penetra o alvo
quero a mira que o acerta.

Do alvo mirado
quero o que se fez desejado;
do desejo que busca o alvo
quero o amor por razão.

Só assim não terei armas,
só assim não farei guerras,
e assim fará sentido
meu passar por esta terra.

Sou o arco, sou a flexa;
sou o todo em metades;
sou as partes que se mesclam
nos propósitos e nas vontades.

Sou o arco por primeiro;
sou a flexa por segundo;
sou a flexa por primeiro;
sou o arco por segundo.

Buscai o melhor de mim
e terás o melhor de mim,
darei o melhor de mim
onde precisar o mundo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Macroanálise - Ambiente

A Forma Divisionalizada caracteriza-se pela dimensão ambiental restrita de uma vez que se difere das demais formas que possuem dimensões ambientais amplas no que se refere à estabilidade e a complexidade. A Forma Divisionalizada restringe-se a diversidade de mercado e diversidade de produtos.



Devido à necessidade de padronização de outputs da Forma Divisionalizada, a mesma compartilha com a Burocracia Mecanizada essa peculiaridade. Além de que a Forma Divisionalizada tem melhor desempenho em ambientes nem muito complexos, nem muito dinâmicos, as mesmas características que favorecem a Burocracia Mecanizada. Logo, a Forma Divisionalizada é a resposta estrutural a uma burocracia mecanizada que opera em ambiente simples e estável e que diversifica suas linhas de produtos ou serviços.


Se determinada organização decide forçar a divisionalização nas unidades operacionais de ambientes complexos ou dinâmicos, que os outputs não podem ser mensurados, ter-se-á uma estrutura híbrida. Logo, o escritório central deve confiar em outro mecanismo que não a padronização de outputs para controlar as divisões. Se aumentar a supervisão direta terá uma estrutura simples chamada de forma divisionalizada personalizada. Caso contratem apenas gerentes em que possam confiar plenamente para controlar as divisões, logo surge uma estrutura híbrida com características da Burocracia profissional, que se denomina forma divisionalizada socializada.


Outra variável ambiental peculiar da Forma Divisionalizada é a competição. A concorrência acirrada faz com que as empresas divisionalizadas aumentem a diversificação de produtos ofertados, bem como possibilita as mudanças estruturais funcionais dessas organizações.


As pressões competitivas são notáveis entre as organizações que buscam a eficiência forçando-as a passar para a Forma Divisionalizada.